terça-feira, 24 de maio de 2011

Mascaras.......!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Oi, tudo bem?
Resolvi escrever para você.
Acho muito importante para nós que por enquanto estamos nos conhecendo, .....Vamos ver o que você acha!
Procurei fazer uma adaptação dentro do que realmente compreendo e sinto, não que pretenda Ter uma qualificação melhor que o autor, mas todo texto tem sua interpretação. O autor corre este risco, e da forma que escrevi, acho que melhor irá transmitir o que realmente acho, só peço a você que não repare os erros de concordância, nem as possíveis falhas gramaticais, pois, como disse anteriormente, sou apenas um aprendiz da arte de escrever.
Vamos lá?


As máscaras fascinaram BACHELARD. Sobre elas escreveu um ensaio em que chama a nossa atenção para o fato de que, antes de existirem como objetos usados para esconder os rostos, as máscaras moram dentro de nós como entidades de nosso psiquismo. Todas vezes que olhamos para um rosto e ele nos parece misterioso, lugar onde um segredo se esconde, estamos pressupondo que ele não é um rosto mas uma máscara, uma dissimulação.

Isso já é sabido de longa data. Está dito na palavra “pessoa”, que vem do latim persona, que quer dizer “máscara de teatro”. O teatro é algo que precisa de um público para existir. Sem público ele não tem sentido. As personae, as máscaras de teatro, portanto, são usadas para um público. O público vai ao teatro para ver a “máscara”, a “representação” de um papel. Não lhe interessa o rosto verdadeiro por detrás da máscara. Esse rosto desconhecido é ignorado pelo público, não tem nome. São as máscaras que tem nome. O meu nome Fernando Tubiraí, não é o nome do meu eu verdadeiro. É o nome da máscara pela qual sou reconhecido por todos.
É o nome do papel que todos (público) pedem que represente. A aplicação do nome persona, máscara de teatro, a nós mesmo implica o reconhecimento implícito de que a vida é uma farsa, uma representação, um carnaval de Veneza.
Não somos nós que pintamos nossas máscaras. Álvaro de Campos dizia que ele era o “intervalo” entre seu desejo, o seu eu verdadeiro, e aquilo que os desejos dos outros haviam feito dele, a máscara. Essa máscara que se chama pessoa e que é representada pelo meu nome é uma evidência de que eu não me pertenço. Pertenço ao público (todos). Pela máscara torno-me um peixe apanhado nas malhas das redes de todos. Pela máscara não sou meu. Sou deles. Aí eles me fritam do jeito que desejam.
Mas as máscaras de papel e tinta padecem de grave limitação. Chega sempre à hora em que elas têm de ser tiradas. Sobre isso se escreveu um conto, não me recordo o autor. Marido e mulher procuraram conventos onde ficar a salvo das tentações do carnaval. Representavam fielmente o papel que estava escrito nas máscaras coladas sobre os seus rostos. Mas dentro de suas malas os seus eus verdadeiros haviam colocado secretamente máscaras de papel e tinta: escondidos atrás delas eles seriam livres, pelo menos durante os curtos dias de carnaval. As despedidas de marido e mulher nem bem haviam terminado e já as mãos procuravam as máscaras. Adeus conventos! Três dias com máscaras de papel e tinta, três dias livres das imposições das máscaras de carne, três dias sem nome, três dias de liberdade. Marido e mulher, escondidos atrás das máscaras, descobriram parceiros maravilhosos com quem dançaram, brincaram e tiveram prazeres nunca tidos um com o outro. Mas, finalmente, a hora de se tirarem as máscaras. Meia-noite: tiradas as máscaras, marido e mulher se descobrem um nos braços do outro ....
Carnaval é usar máscara para tirar máscara. Trata-se de um artifício complicado, que só se usa diante daqueles que é preçiso enganar para se ser livre.
Mas não será possível simplesmente tirar as máscara de carne e osso e sermos nós mesmos, sem nenhum disfarce? É essa busca que se encontra descrita num dos poemas de Alberto Caeiro.

Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar
Que me ensinaram,
E raspar a tinta com que pintaram os
Sentidos, desencaixotar minhas emoções
Verdadeiras e ser eu,
Não Alberto Caeiro............

O poeta não queria ser Alberto Caeiro. Alberto Caeiro é máscara, um nome, criatura do público, um impostor que se alojou no lugar do seu eu verdadeiro. Também o Amilcar Herrera não queria ser Amilcar Herrera. Queria poder tirar a máscara, esquecer-se do seu nome, ser ele mesmo, um ser que ninguém conhecia ......
O que é que se vê quando se tira a máscara? Quem responde é Álvaro de Campos:

Depus a máscara e vi-me no espelho.
Era a criança de há quantos anos.
Não tinha mudado nada ......
Essa é a vantagem de saber tirar a máscara.
É-se sempre criança .....

A criança sempre horroriza o público. A criança ainda não aprendeu o papel, não representa. Seu rosto e seu eu são a mesma coisa. A qualquer momento a verdade que não devia ser dita pode ser dita pela sua boca.
As máscaras de carnaval podem ser colocadas e tiradas pela própria pessoa. Mas a máscara colocada no nosso rosto só pode ser retirada por uma outra pessoa. Ela só se desprega da nossa pele quando tocada pelo toque do amor. E assim sabemos que estamos amando: quando, diante daquela pessoa, a máscara cai e voltamos a ser crianças .................


Espero que tenha gostado ...... simples palavras de uma adaptação.....
Do livro de Ruben Alves.


Borga!

Um comentário:

  1. Gente, que lindo, amei.
    Parabéns, você escreve muito bem, quando eu crescer, quero escrever assim, como você!
    Beijos com carinho, de nossa amizade.
    Kellen Carvalho

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