A pedra estava
suja de limo, aquele limo de tanto a água insistentemente escorrer ou apenas a banha-la....não
me interessava agora este detalhe, estava concentrado em minha angustia de
tristeza e tentando descobrir em qual momento tinha acabado o sentimento que
imperava desde o inicio. As atitudes, o controle insaciável, o momento que dava
ênfase sem a menor necessidade, sim, tudo caminhou como o derradeiro impulso ao
precipício, tudo estava acabado definitivamente. Amar e ser amado tem que ser
prazeroso, tem que ser harmonioso como a lagrima e o lenço, o beijo e a saliva,
o roçar das mãos em recantos desobrigados de proteção. Desde o momento daquele
olhar inquisidor de tamanha ferocidade, desencadeou o protesto de proteção
dando ponto final ao embate. Ficaram agradáveis recordações de momentos vividos
sem pressa, as vezes até escritos e falados com o maior desejo de sinceridade,
de novo olhei as tranqüilas águas do lago, onde minúsculos peixes vinham em
direção a minha sombra, quase que querendo solucionar o impasse de minha alma ao
quase certo desequilíbrio de ações, de atitudes. Não, não poderia continuar
tamanho desconforto para nossas inquietantes necessidades de convivência,
melhor seria esquecer...anular, enquanto os desejos de felicidades poderiam ser
saciados com lembranças, ou talvez saudades de momento que tinham sido incríveis.
Resolvi ali mesmo em pequeno pedaço de papel escrever “Muito e pouco.....!!!!”
Muito e Pouco…..!!!!
De tudo fica um pouco….E de nós,
Entre os vários poucos,
Ficou o escrito gravado,
Em um simples guardanapo,
Em uma noite insone e quente,
Do verão passado.
A memória se perde, Mas a palavra escrita,
Permanece como prova,
Documenta o que naquele momento,
Seriam os melhores sentimentos,
Que reinavam soberanos,
Os originais desse pouco,
Conservados com carinho,
Já que o muito sonhado,
Se transformaram em pouco realizado,
Porque sempre exigimos,
Muito um do outro,
Mas tentando reunir os vários poucos bons,
Que existiram ( e que são inegáveis),
Será possível que se possa,
Voltar a ser muitos amigos.
Sempre temos que pensar.
Borgaí!
Em uma noite fria de outono...
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